– Mais de 240 milhões de pessoas em todo o mundo estão infectadas com o vírus da hepatite B (HBV) e, em metade desses casos, a infecção é adquirida no período perinatal. Assim, a transmissão vertical é o principal contribuinte para a natureza endêmica da infecção por HBV.
– Estudos realizados nos EUA reportam que até 0,7% a 0,9% das mulheres grávidas hepatite B crônica, colocando seus bebês em risco de desenvolver infecção VHB crônica. Dados brasileiros são mais escassos. Um estudo transversal sobre registros de pré-natal no estado de São Paulo revelou a ocorrência de hepatite B foi de 0,13% entre as 6.233 gestantes atendidas de janeiro a junho de 2012 . Já a prevalência reportada em Rio Branco de 2007 a 2015, encontrou uma prevalência de hepatite B 0,38% dentre as 62.100 gestantes no período de interesse.
– Dos bebês que são infectados pelo VHB no nascimento ou no primeiro ano após o nascimento, 90% desenvolverão infecção por hepatite B crônica. Daí reside a importância de realizar a profilaxia paratransmissão perinatal para os RNs de mães portadoras do VHB. Cargas virais de DNA de HBV elevadas e positividade de HBeAg são os principais fatores de risco para transmissão perinatal. Mas a profilaxia pós-exposição é muito eficaz na redução da transmissão vertical do HBV.
– A Associação Americana para o Estudo de Doenças Hepáticas (AASLD) recomenda terapia antiviral oral durante o terceiro trimestre para mulheres com carga viral de HBV de mais de 200.000 UI / mL.
– A vacina contra o VHB reduz a transmissão em 75% a 95% quando administrada ao bebê nas primeiras 24 horas após o nascimento.
– Quando a imunoglobulina contra hepatite B (HBIg) é adicionada à primeira dose da vacina, seguida pela conclusão da série de vacinas contra o VHB, o risco de desenvolver infecção é reduzido em 99%.
– Apesar da presença de HBsAg, HBeAg e HBV DNA no leite materno, estudos indicam que a amamentação não aumenta o risco de transmissão vertical para bebês que recebem imunoprofilaxia eficaz.
– Bebês que recebem vacinação contra HBV e HBIg devem ser autorizados a amamentar idealmente após a primeira vacinação contra HBV e HBIg serem administradas.
– As mães que amamentam devem ser orientadas a ter cuidado para evitar sangramento de mamilos rachados.
– Embora a “Food and Drug Administration” não recomende a amamentação durante o uso de terapia antiviral, estudos mostraram que pequenas quantidades da droga são excretadas no leite materno com concentrações séricas extremamente baixas encontradas em bebês amamentados. A AASLD afirma que é improvável que este nível extremamente baixo cause toxicidade significativa e não há contra-indicação para a amamentação enquanto a mãe está recebendo terapia antiviral. Estudos de longo prazo com bebês amamentados por mães que tomam medicamentos antivirais são necessários para responder completamente a essa pergunta. Os benefícios de continuar a terapia antiviral versus os riscos de descontinuação para a mãe, bem como os benefícios da amamentação versus risco desconhecido de exposição ao medicamento no bebê, devem ser discutidos com a mãe.
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REFERENCIAS
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